Zildo
Gallo
Continuando
o proposto em 26 de abril de 2016, um dia outonal nublado, eu publico hoje, 1º de
maio de 2016, Dia Internacional do Trabalho, um dia frio e nublado de outono, um
poema sobre a minha percepção da carta número 1 (um) do Tarô de Marselha, o
Mago. Relembrando, desde 1990 eu estudo
as mais diferentes versões do Tarô, desde a mais antiga, Tarô de Marselha, até
as mais contemporâneas, como o Tarô dos Orixás, por exemplo. O Mago é o início
da jornada arquetípica do Tarô e, após ele, publicarei um poema por semana e ao
cabo de 22 semanas, com início em abril de 2016, terei passado uma visão
completa em forma de poesia sobre todos os arcanos maiores.
O MAGO
(Primeira versão: superfície)
Senhoras e senhores!
Nada nesta mão.
Nada na outra.
Ih! Sumiu...
Alguém achou a minha moeda?
Epa! Cadê o vinho do meu copo?
Quem bebeu o meu vinho?
Ih! Acho que eu mesmo derramei...
Ih! é água...
O vinho virou água?
Meleca!
Mil perdões...
Mil perdões...
Olhem para a varinha mágica!
Vapt-Vupt! Crec!
Quebrou?
As fadas me passaram a perna.
Que lixo de vara!
Agora vejam, uma adaga!
Ai! Ai! furei a mão.
Ai! sangue...
Vou desmaiar,
Brincadeira...
Brincadeira...
Quem amolou esta coisa?
Ah! fui eu... mesmo.
Chega por hoje.
Acabou o espetáculo!
Amanhã tem mais.
Acho que preciso de uma partner.
Amanhã tem mais e melhor.
Preciso de uma partner...
É muito trabalho para um mágico solitário,
Ah! quer dizer, mago.
Perdoem-me a confusão,
Mas tudo isto é muito sério,
Não posso dar-me ao luxo de errar.
Perdoem-me a confusão,
Mas tudo isto é muito sério,
Não posso dar-me ao luxo de errar.
O MAGO
(Segunda versão: profundidade)
Sobre a minha cabeça o
meu chapéu,
Um guardião da luz,
Um Oito bem deitado
(lemniscata camuflada),
Descansando o peso do
infinito
Sobre os meus humanos
ombros.
O infinito sobre mim
Convida-me a olhar para
a pequenez
Das coisas aparentemente
finitas
Postas a minha frente,
Todos os dias e todas as horas.
O infinito chama-me ao aprendizado
Do microcosmo aqui neste plano,
Do macrocosmo retrato fiel.
Água e fogo, terra e ar, elementos opostos
E cabalmente complementares.
O meu velho chapéu teima
Em me dizer que o aprendizado
Do que está acima, muito acima,
Está aqui embaixo, bem embaixo,
Na pequenez de cada célula.
A posse de um mágico bastão
Está a me dizer que o meu caminho a seguir
É transitar do “fácil” mundo da ilusão mágica
Ao mundo da magia verdadeira
Que se encontra na natureza do simples existir.
É o que preciso aprender
E muito mais...
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