quinta-feira, 24 de maio de 2018

VIRANDO PIPOCA


Zildo Gallo

http://socorronacozinha.com.br/receita-pipoca-panela-pipoqueira/

Virar no maior avesso
No avesso do mais avesso
Só depois de toda pressão
E muito, muitíssimo calor...
Só depois do total ferver
Do fogaréu que vem debaixo
A queimar sem dó nenhum
E piedade nenhumazinha
Só assim é possível pipocar
No significado mais profundo
Mais revolucionário
Do explosivo verbo pipocar
E a pipoca será outra coisa
Totalmente... totalmente...
Totalmente outra coisa.


sexta-feira, 18 de maio de 2018

MANIFESTO À BELEZA IN NATURA


Zildo Gallo

https://www.pinterest.pt/pin/129337820528273974/

Farfalhar de folhas à suavidade do vento
Zumbir de abelhas nos campos coloridos
Nossas irmãzinhas frágeis e necessárias
Necessárias à diversidade in natura
À beleza in natura
À doçura in natura
Aos infernos os homens contra naturam
E seus venenos assassinos!


quinta-feira, 17 de maio de 2018

TRAVESSIA


Zildo Gallo

Ilustração de Gustave Doré para a Divina Comédia de Dante Alighieri.

Farol!
Farolete!
Lampião de gás!
Uma luz na escuridão!
Meu barco ruma célere
Rumo ao rochedo fatal...
Como é breve a vida...
Como é breve esta vida...
Alguma luz para além do rochedo?
Preciso de duas moedas,
Apenas duas moedas,
Para o barqueiro Caronte.
É praticamente nada...
Nada...
Nada...
Nada...
Para toda uma existência.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

DA BREVIDADE E DA BELEZA


Zildo Gallo

https://weheartit.com/entry/13761949

Vita brevis.
Sic transit gloria mundi.
Carpe diem.
Ars longa, vita brevis.
Já que toda vida é breve
E toda mundana glória
Esfuma-se, vai-se ao vento,
Que tal aproveitar os dias
Lançando poesia ao vento?
Os ventos vêm e vão...
Sempre vêm e sempre vão...
Podem ser singelos poemas
Na nossa língua natal,
Velha e bem conhecida...
A arte se estende... se estende...
Vai além da nossa breve vida
E prolonga sua beleza fugaz.


sexta-feira, 4 de maio de 2018

DOCES ENGANOS


ZILDO GALLO

https://receitinhas.com.br/receita/rocambole-com-doce-de-leite-rum-e-castanhas/

ROCAMBOLES ROCAMBOLESCOS
GIRAM FEITO ROCAS TOSCAS
SEUS ENREDOS BURLESCOS

https://cs.wikipedia.org/wiki/Pierre_Alexis_Ponson_du_Terrail 

PS.: A palavra rocambole, mais usada no Brasil do que em Portugal, deriva do nome próprio francês Rocambole - personagem da obra do escritor oitocentista francês Pierre Alexis Ponson du Terrail, que está também na origem do adjetivo rocambolesco. Rocambole vivia aventuras incríveis e complicadas e foi por conta desse personagem que nasceu a palavra francesa “rocambolesque”, que significa aventura incrível. De “rocambolesque” surgiu a palavra rocambolesco da língua portuguesa.

GIRAMUNDO


Zildo Gallo


Feito roca das remotas moiras,
O mundo gira, fiando a trama
Do meu destino incerto,
Mas com começo, meio e fim.

Sigo reto por tortuosas linhas
E a roca roda muito e mais veloz,
Produzindo hipnóticas vertigens
E projetando sombras disformes.

As moiras sempre fiam e eu me fio
Em esperanças sempre recorrentes
De que elas me poupem algum dia,
Da minha (ir)real e humana condição.

NOTA DA REDAÇÃO

  Zildo Gallo     Da floresta sempre chegam notícias De homens matando homens Estranhamente... Não chegam notícias De onças ma...