quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Zildo Gallo: A origem mítica do nome da cidade de Atenas (Gréci...

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Zildo Gallo: ANTAGONISMOS

Zildo Gallo: ANTAGONISMOS: Zildo Gallo O ditador Dita dores O cantador Canta dores Quando as canta A elas espanta O ditador Iso...

HAICAIS DA FLORESTA


Zildo Gallo


1
Ayahuasca
Jagube e Rainha
Homem e mulher

2
Vinho da Alma
Chacrona e jagube
Herança inca

3
O Santo Daime
Mestre dos professores
Deus interior

4
Sagrado Vinho
Sagrada alquimia
Das santas curas


terça-feira, 29 de janeiro de 2019

AS FLORES E O CANHÃO

Zildo Gallo

(poema republicado)


Acredito nas flores vencendo o canhão.
Acredito e, com certeza, elas sempre vencerão,
Porque as flores ressurgem,

Como que do nada,
Nas recorrentes primaveras,
Por mais que sejam impiedosamente pisoteadas
Pela brutalidade dos tanques canhoneiros.
É justo e certo que elas sempre vençam,
Pois o destino das flores é reflorescer,

Como Fênix do reino vegetal,
Sempre ressuscitadas pelas mãos amorosas
Do incansável jardineiro universal.

PS.: Um poema contra o fascismo e as guerras.

Zildo Gallo: ANTAGONISMOS

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Zildo Gallo: SOBRE A TOLERÂNCIA

Zildo Gallo: SOBRE A TOLERÂNCIA: Zildo Gallo https://www.recantodasletras.com.br/cronicas/5067091 O bode no meio da sala O bode na sala só berra O bode ...

SOBRE A TOLERÂNCIA


Zildo Gallo



https://www.recantodasletras.com.br/cronicas/5067091

O bode no meio da sala
O bode na sala só berra
O bode na sala não fala
Bem diferente é o papagaio
Que não é desta história
O bode estava empacado
Bem no meio da sala
Agora é o homem quem berra
Agora o bode se cala
O bode sai bem de fininho
O homem acaba sozinho

O homem no meio da sala
Ora fala ora se cala
O homem está solitário
Está bem com jeito de otário
Sente saudade do bode
E dos seus berros na sala
Pois ouvi-los já não pode
Ah! que saudade do bode
Do bode que só berra
Do bode que nunca fala
Ali bem no meio da sala


domingo, 27 de janeiro de 2019

ANTAGONISMOS

Zildo Gallo


O ditador
Dita dores
O cantador
Canta dores
Quando as canta
A elas espanta
O ditador
Isola o cantador
Mas seu canto
Vai ao vento
Viva a cantoria!
Xô ditadura!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

CAMINHÃO DE MUDANÇA (patchwork)

Zildo Gallo


Lá vai  o velho caminhão
Levando os trecos e os cacarecos
E deixando as velhas esperanças
Levando os restos de um tempo
Já passado entre as paredes
Lá vai o velho caminhão
Rumo a outras paredes
Levando as peças do patchwork
Para uma nova colcha de retalhos
Desta vez bem melhor costurada
Lá vai o velho caminhão
Carregando novos desejos
E também novas esperanças
Lá vai o velho caminhão...
Vai devagar o velho caminhão

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

HAICAIS DE HOJE (23/01/2019)


Zildo Gallo


1
Apesar dos nós
Viva a liberdade
Chega de tramas!

2
A liberdade
Não é jeans surrado
Apenas rasgos...


terça-feira, 22 de janeiro de 2019

PÉROLA NEGRA


Zildo Gallo


Tal qual a ostra que foi agredida,
Pérolas negras rolavam nas faces
Da infinidade de negros chibatados.

Para cada dor sentida da exclusão,
Nosso belo Cisne Negro perolava
Suas lágrimas em forma de poemas.

Uma pérola-poema para cada dor,
Uma pérola-poema para cada insulto,
Uma pérola-poema para cada vergonha,
Uma pérola-poema para cada perda,
Uma pérola-poema...
Outra pérola-poema...

Quem algum dia perolará
O grande poema da maior das dores,
A dor do maior dos cativeiros,
Do cativeiro da alma violentada?


PS.: mais um poema para Cruz e Sousa e para a negritude.


domingo, 20 de janeiro de 2019

QUE ENERGIA É ESSA?


Zildo Gallo


Que estranha energia é essa,
Que não deseja o melhor para os irmãos?
Que estranha energia é essa,
Que só nos leva a desejar o melhor
Para nós mesmos e, no máximo,
Para os mais próximos, exclusivamente?
Que estranha energia é essa,
Que só deseja explorar, sem piedade,
Os nossos irmãos mais desprotegidos?
Que estranha energia é essa,
Que não se comove com os famintos
De comida, de afeto e de liberdade?
Que estranha energia é essa,
Que só estimula a divisão entre os irmãos?
Que estranha energia é essa
Que sempre cisma em nos colocar fechados
Em impenetráveis castelos fortificados,
Temerosos de saques e imaginadas violências?
Que estranha energia é essa,
Que nos lança na ignorância mais profunda,
Cercados de medos e eternamente defendidos?
Que estranha energia é essa,
Que embandeira nossos quintais
Em nome de raças, classes e nacionalidades?
Que nefasta energia é essa, 
Que, por séculos, nos tem acorrentado?
Que estranha energia é essa,
Que só separa e nunca une?
Abaixo a estranha energia!
Que venha a liberdade!


terça-feira, 15 de janeiro de 2019

CETICISMO E SALVE RAINHAS


Zildo Gallo


Pai, por que me abandonastes?
Assim falou o Jesus terreno
Bem no alto da sua cruz.
Se Mestre Cristo viu-se abandonado,
O que será de nós, reles pecadores,
Que gemem, choram e gritam,
Neste fundo vale de lágrimas?

Caído em desespero, eu me interrogo:
Por onde andas, Rainha da misericórdia,
Para apenas, que seja por pura pena,
Carinhosamente nos confortar?
Andarilho suplicante, eu me questiono:
Serei eu mais um dos abandonados
Na minha comprida via crucis?

E assim, a vida vai passando,
De abandono em abandono...
Em que momento e em qual lugar
Finalmente serei resgatado?
Assim, caminha a minha humanidade,
Entre lágrimas, gemidos e gritos,
Nas sombras do vale lacrimejante.

Salve Rainha! Cadê a tua misericórdia?
Só rezando 100 salve rainhas?
Só rezando 100 salve rainhas...


sábado, 12 de janeiro de 2019

ODE À TIRIRICA




Zildo Gallo


Tiririca é mesmo uma praga danada,
Nasce quase nada das sementes
Totalmente expostas à luz do sol,
Cresce muito mais das suas batatas,
Da forma mais subterrânea,
Assim como as mais horrendas ideias,
Cheias de violências e preconceitos,
Que emergem dos subterrâneos
Das mais profundas ignorâncias.

A ignorância não suporta as luzes,
Como os vampiros também não.
Os vampiros sugam nossas energias,
A tiririca vampiriza nossas hortas
E nossos belos jardins floridos.
Contudo, a pior das tiriricas
É a devastadora tiririca mental,
Que desertifica tudo que é sagrado:
Nossos corações e mentes.

O mundo foi tomado pela tiririca...
Clamemos por lucífera inundação
Nos subterrâneos mais profundos
Dos nossos corações e mentes.
Fiat lux! Fiat Lux! Fiat lux!


terça-feira, 8 de janeiro de 2019

INFELIZ ANO NOVO

Zildo Gallo


A ignorância tomou o poder
Com suas pistolas e pistolões
Lançando o medo e a miséria
Nos bolsões de sonâmbulos zumbis

A ignorância tomou o poder
Com suas mentiras e ilusões
Retomando preconceitos velhos
E alimentando tristes exclusões

A ignorância tomou o poder
Em nome da ignorância maior
Lançando sombras onde as luzes
Ainda teimavam em existir

A ignorância tomou o poder
Com seus tolos ORCS fanatizados
Nas Terras da Classe Média
A serviço dos anéis do senhorio


HAICAIS DE CABEÇA


Zildo Gallo


Cabeça oca
Cabeça ocupada
Tudo de nada

Cabeça tonta
Cabeça aprumada
Seus sins e seus nãos

Cabeça reta
Cabeça abaixada
Mente mandando

Cabeça livre
Cabeça adestrada
Solta e prende


terça-feira, 1 de janeiro de 2019

PLANEJAMENTO URBANO


Zildo Gallo


As ruas correm rumo a outras ruas
As casas enfileiram-se como soldados
As pessoas andam para lá e para cá
Nuvens de pássaros revoam
E cagam nos transeuntes sonâmbulos
Na praça, crianças jogam milho aos pombos
Um velho sentado à sombra da velha árvore
Espera a chegada da sua próxima hora
Lembrando seus idos tempos de criança
A vida resume-se a ruas que sempre
Se encontram umas com as outras
Carregando as pessoas aos seus encontros
Nas encruzilhadas com suas cruzes traçadas
Nos escritórios dos engenheiros geométricos
Com suas réguas e seus esquadros
E seus fascínios pelas linhas retas
Na tentativa permanente de remodelar
A natureza teimosamente curvilínea

TEMPO E ROUPA SUJA