quarta-feira, 31 de outubro de 2018

HAICAI DE HOJE (31/10/2018)


Zildo Gallo


Quarto escuro
Cabeça dando voltas
Remotos medos

http://www.semprematerna.com.br/entenda-por-que-as-criancas-tem-medo-do-escuro-2/


terça-feira, 30 de outubro de 2018

AS FLORES E O CANHÃO


Zildo Gallo


Acredito nas flores vencendo o canhão.
Acredito e, com certeza, elas sempre vencerão,
Porque as flores ressurgem,

Como que do nada,
Nas recorrentes primaveras,
Por mais que sejam impiedosamente pisoteadas
Pela brutalidade dos tanques canhoneiros.
É justo e certo que elas sempre vençam,
Pois o destino das flores é reflorescer,

Como Fênix do reino vegetal,
Sempre ressuscitadas pelas mãos amorosas
Do incansável jardineiro universal.

PS.: Um poema contra o fascismo e as guerras.

GAME OVER


Zildo Gallo


Hoje o caminho se abre
Rumo ao (in)esperado
O amanhã vem em ondas
Grandes e pequenas
Calmas e furiosas
O depois do amanhã
Algum dia chegará?
Virá em ondas
Ou em tsunamis?
Será o depois do amanhã
Um game over com direito
À passagem a outro estágio?


ÁRVORE SECA


Zildo Gallo

Imagem: Renan Louzada

Por incontáveis primaveras flori.
Por incontáveis verões frutifiquei.
À minha sombra caminhantes repousaram.
Nos meus galhos pássaros se aninharam
E cantaram nas auroras e nos crepúsculos.
Nos anéis da minha madeira seca
Estão gravadas as memórias
Da minha longa vida-presença,
Bem fincada no chão profundo.
Por incontáveis primaveras flori.
Por incontáveis verões frutifiquei
E lancei sementes, extensões de mim,
Para a continuidade da vida,
Muitas brotaram,
Muitas cresceram
E muitas frutificaram.
Na madeira ressequida estão guardadas
As lembranças do dever cumprido.


TEMPO E ROUPA SUJA