Uma tristeza desce à tarde,
Inexplicável,
Lenta feito garoa
fina,
Ao som da Ave
Maria
E do repicar de
sinos distantes,
Sons quase perdidos
Nas profundezas imemoriais
Da alma cansada.
Dói uma saudade,
Suave Melancolia,
De algo distante,
Muito distante,
Irreconhecível,
Algo que não se
apreende
Pela razão,
Apenas o sente o
coração.
Nada a fazer,
Nada a pensar,
Apenas sentir...
E seguir o coração.
O sol põe-se no
horizonte
E, sozinho,
Apenas eu,
Órfão degredado nas
profundezas
Deste vale de lágrimas,
Clamo pela minha
Mãe,
Pela minha Grande
Mãe,
A mãe de toda
vida,
Que se esconde na
noite
Dos tempos,
Retirada deste
mundo
Masculinamente embrutecido.
Salve Rainha,
Mãe da
Misericórdia,
Da Divina
Misericórdia,
Da Eterna
Misericórdia,
Acenai-me com a
esperança,
Etérea
esperança...
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