Zildo
Gallo
Continuando
o proposto em 26 de abril de 2016, um dia outonal nublado, eu publico hoje, 6 de maio de 2016, numa noite já não tão fria de
outono, um poema sobre a minha percepção da carta número 2 (dois) do Tarô de
Marselha, a Papisa. Relembrando, desde 1990 eu estudo as mais diferentes
versões do Tarô, desde a mais antiga, Tarô de Marselha, até as mais
contemporâneas, como o Tarô dos Orixás, por exemplo. A Papisa é a segunda carta
da jornada arquetípica do Tarô e, após ela, continuarei publicando um poema por
semana e, ao cabo de 22 semanas, que teve início em abril de 2016, terei
passado uma visão completa em forma de poesia sobre todos os arcanos maiores.
A PAPISA
Senhora das noites enluaradas,
Farol potente a alumiar
As noites do meu obtuso caminho,
O caminho ao meu mundo mais íntimo,
Profundo,
Interior.
Somente a força da face virginal
Da Grande Mãe,
A jovem feiticeira,
Pode abrir picadas
Nos emaranhados da minha alma,
Que desaparecem por completo
À luz do dia ensolarado.
Os emaranhados sombrios,
Todavia, continuam lá,
No mesmo lugar,
Embaraçando o meu caminho,
Mas eles só podem ser
Visivelmente iluminados
Pela sua pálida luz.
Senhora do livro de mistérios,
Que abre àqueles que se iniciam
No verdadeiro caminho,
Aquele que tem coração,
O único que nos leva
Ao verdadeiro Conhecimento.
Feiticeira que nos assusta,
Pois tem o poder de expor,
À sua pálida e prateada luz,
Os nossos medos
E os mais secretos desejos
E o mais secreto dos desejos
É que apenas queremos
Amar e ser amados.
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