segunda-feira, 15 de maio de 2017

NOITES DA ALMA

Zildo Gallo


Arrasto-me no charco
Escuro e fétido
Escura noite
Silêncio e brumas
A lama negra
Pegajosa
Gruda na minh'alma
Fétida
Escura
Alma de lama
Engulo a lama
Vomito a alma
Retrato de mim
A escarnecer
Do pântano gosmento
Da minha travessia
Nem Caronte com a sua barca
Ousa penetrar
Vou só... vou só... vou...

Há dias em que tudo...
Tudo se passa assim... assim...
Apenas uma pequena passagem
Na infinitude dos tempos?
A mente responde que sim
Mas ao coração dorido e sozinho
Parece a eternidade...
Uma eterna eternidade...
Que ilusão macabra é essa
Que estica a duração das dores
E encurta o tempo das bem-aventuranças?


Zildo Gallo
Piracicaba, SP, 06 de novembro de 2001
Revisado em: Campinas, SP`, 15 de maio de 2017.


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TEMPO E ROUPA SUJA