Zildo Gallo
Por que esta inexplicável melancolia?
Será pelos homens que se digladiam
e se matam todos os dias?
Será pelas crianças pobres que clamam
por simples pratos de comida
e por leitos limpos e quentes?
Nada tão grande e tão importante...
É apenas a minha pequenez,
meu desconforto existencial,
diante das engrenagens titânicas
da inexorável máquina do tempo
que me esmagam e me colocam diminuto
e bem frágil sobrevivente,
muito frágil...
por enquanto...
Por enquanto?
Apenas um sobrevivente nesta nave
que erra indefinidamente pelos céus?
Apenas um espectador?
Mera testemunha da condição humana?
Da minha própria condição?
Resta sempre a necessidade incontrolável
de algo maior (muito maior),
transcendendo o simples viver,
o apenas viver de cada dia,
dia após dia... dia após dia...
nesta breve e perecível materialidade.
Zildo Gallo
Piracicaba, SP, 06 de
fevereiro de 2002
Campinas, 06 de maio
de 2017
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