Zildo Gallo
Dando
continuidade ao proposto em 26 de abril de 2016, um dia outonal nublado, eu
publico hoje, 1º de agosto de 2016, num dia invernal
ensolarado, seco e um pouco frio, um poema sobre a minha
percepção da carta número 17 (dezessete) do Tarô de Marselha, a Estrela. Relembrando,
desde 1990 eu estudo as diferentes versões do Tarô, desde a mais antiga, Tarô
de Marselha, até as mais novas, como o Tarô dos Orixás, por exemplo. A Estrela
é a décima sétima carta da jornada arquetípica do Tarô e, após ela, continuarei
publicando pelo menos um poema por semana e, ao cabo de mais ou menos 20
semanas, com início em abril de 2016, terei passado uma visão completa em forma
de poesia sobre todos os arcanos maiores.
A
ESTRELA
Querer... e não
ver as estrelas,
Ponto de luz nas
trevas,
Cacos incertos
de vida acima do asfalto,
Enigma do eterno
E da airosa esperança.
Olhar a rua que
passa
E ver um mundo obscuro
caminhar
Do outro lado da
calçada.
Trancar-me na
escuridão do quarto,
devorando
incertezas.
Esperar que o
peito dilacerado me leve
Aos caminhos do
coração.
Em luta, reluto...
Sonhar, não
sonhar,
Viver, não
viver,
Se tudo acabar,
Nada a perder.
Abrir porta e
janela,
Deixar entrar a
brisa
E esperar...
Haverá um tempo
Em que colocarei o olhar
Na linha do horizonte e não sentirei
O peito apertar-se,
Sem ansiedade e sem temor...
Haverá um tempo do dever cumprido,
Do contemplar o edifício acabado,
A casa do espírito em paz,
Serena paz,
O coração tranquilo.
Haverá um tempo para contemplar
As águas mansas do regato
Que, lentamente, lentamente...
Caminham para seu destino maior,
Rumo ao distante oceano,
Carregando as más águas
Dos meus cântaros esvaziados.
Haverá um tempo
Em que olharei para trás
E sentirei,
Aproximando-me do imenso oceano,
A certeza de ter feito o melhor
No sinuoso e acidentado caminhar.
Muy buen poema. Me ha gustado mucho,gracias por publicarlo.
ResponderExcluirGrato!
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