sexta-feira, 26 de agosto de 2016

OS ARCANOS MAIORES DO TARÔ EM POEMAS: O MUNDO

Zildo Gallo

Continuando o proposto em 26 de abril de 2016, um dia outonal nublado, eu publico hoje, 26 de agosto de 2016, num dia um pouco frio de inverno, um poema sobre a minha percepção da carta número 21 (vinte e um) do Tarô de Marselha, o Mundo. Relembrando, desde 1990 eu estudo as mais diferentes versões do Tarô, desde a mais antiga, Tarô de Marselha, até as mais contemporâneas, como o Tarô dos Orixás, por exemplo. O Julgamento é a vigésima primeira e última carta da jornada arquetípica do Tarô. Com este poema eu encerro a série dedicada aos arcanos maiores do Tarô.


O MUNDO

A vida-mundo vem em ciclos,
Em círculos grandes e pequenos,
Que começam e terminam
E recomeçam e terminam...

Na sua circunscrita circularidade,
O mundo-vida tem quatro cantos
E cada metafórico canto está assinalado
Por seu elementar sagrado guardião.

Encimado à esquerda está o anjo,
Guardião da airosa mente racional,
Que se posta a serviço de cada ego
Que se vê em separada trajetória.

Encimada à direita está a águia,
Guardiã das águas envolventes,
Que suavemente acalentam cada ser
Ante as agruras do mundo perecível.

À esquerda, no rés do chão, está o boi,
Chefe do solo pisado, da tangível  matéria,
De onde retira sua carnal sustentação,
Para caminhar sobre as suas patas firmes.

À direita, no rés do chão, posta-se o leão,
Guardião da pira do fogo do espírito,
Com sua juba vermelha a nos lembrar
Que somos fagulhas da eterna luz divina.

O Mundo gira no equilibrado compasso
Dos seus quatro marcos elementais:
Água, Terra, Fogo e Ar,
Escorpião, Touro, Leão e Aquário.

O Mundo gira-gira-gira para nos ensinar
Que a vida sempre vem em ondas,
Como o imenso, profundo e sagrado mar
De onde toda vida um dia de repente veio.


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