Zildo Gallo
Continuando
o proposto em 26 de abril de 2016, um dia outonal nublado, eu publico
hoje, 26 de agosto de 2016, num dia um pouco frio de inverno, um poema sobre a
minha percepção da carta número 21 (vinte e um) do Tarô de Marselha, o Mundo.
Relembrando, desde 1990 eu estudo as mais diferentes versões do Tarô, desde a
mais antiga, Tarô de Marselha, até as mais contemporâneas, como o Tarô dos
Orixás, por exemplo. O Julgamento é a vigésima primeira e última carta da
jornada arquetípica do Tarô. Com este poema eu encerro a série dedicada aos arcanos
maiores do Tarô.
O MUNDO
A vida-mundo vem em ciclos,
Em círculos grandes e pequenos,
Que começam e terminam
E recomeçam e terminam...
Na sua circunscrita circularidade,
O mundo-vida tem quatro cantos
E cada metafórico canto está assinalado
Por seu elementar sagrado guardião.
Encimado à esquerda está o anjo,
Guardião da airosa mente racional,
Que se posta a serviço de cada ego
Que se vê em separada trajetória.
Encimada à direita está a águia,
Guardiã das águas envolventes,
Que suavemente acalentam cada ser
Ante as agruras do mundo perecível.
À esquerda, no rés do chão, está o boi,
Chefe do solo pisado, da tangível matéria,
De onde retira sua carnal sustentação,
Para caminhar sobre as suas patas firmes.
À direita, no rés do chão, posta-se o leão,
Guardião da pira do fogo do espírito,
Com sua juba vermelha a nos lembrar
Que somos fagulhas da eterna luz divina.
O Mundo gira no equilibrado compasso
Dos seus quatro marcos elementais:
Água, Terra,
Fogo e Ar,
Escorpião, Touro,
Leão e Aquário.
O Mundo gira-gira-gira para nos ensinar
Que a vida
sempre vem em ondas,
Como o imenso,
profundo e sagrado mar
De onde toda
vida um dia de repente veio.
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