Zildo Gallo
Dando
continuidade ao proposto em 26 de abril de 2016, um dia outonal nublado, eu
publico hoje, 7 de agosto de 2016, numa noite invernal, seca e pouco fria, um
poema sobre a minha percepção da carta número 18 (dezoito) do Tarô de Marselha,
a Lua. Relembrando, desde 1990 eu estudo as diferentes versões do Tarô, desde a
mais antiga, Tarô de Marselha, até as mais novas, como o Tarô dos Orixás, por
exemplo. A Lua é a décima oitava carta da jornada arquetípica do Tarô e, após
ela, faltam apenas três cartas a serem contempladas com seus respectivos
poemas. Em breve, a série estará completa, é só aguardar.
A LUA
Oh! misteriosa Hécate,
Deusa das três faces,
Peço-Te que
ilumines com a suavidade da Tua prateada luz
O mundo que
comandas nas profundezas
Dos subterrâneos
da minha alma velha
Que clama por Tua
imemorial e materna luz.
Dama das noites
a refletir com carinhosa suavidade
A ofuscante luz
solar para caridosamente permitir
Que as minhas
sombras interiores apareçam
E comigo
dialoguem sem o defensivo medo
De serem
calcinadas aos certeiros raios de Hélio.
Tu, matriarcal divindade, primitiva senhora, vem desvelar
Os meus sonhos
mais guardados, mais escondidos,
Para que eu me
lembre da Tua tão esquecida governança
E relembre que a
vida vem em ciclos,
Que tudo nasce,
cresce, morre e renasce...
Os velhos patriarcas trapacearam-na
com muitas falsas histórias,
Transformando-a
na Senhora de homens-lobos e de bruxas más,
Quando, na
verdade, és a Senhora que comanda todas as marés
Para sempre lembrar a nós humanos que da água toda vida veio
E que da
profundeza das águas uterinas todos (re)nascemos.
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