domingo, 7 de agosto de 2016

OS ARCANOS MAIORES DO TARÔ EM POEMAS: A LUA

Zildo Gallo

Dando continuidade ao proposto em 26 de abril de 2016, um dia outonal nublado, eu publico hoje, 7 de agosto de 2016, numa noite invernal, seca e pouco fria, um poema sobre a minha percepção da carta número 18 (dezoito) do Tarô de Marselha, a Lua. Relembrando, desde 1990 eu estudo as diferentes versões do Tarô, desde a mais antiga, Tarô de Marselha, até as mais novas, como o Tarô dos Orixás, por exemplo. A Lua é a décima oitava carta da jornada arquetípica do Tarô e, após ela, faltam apenas três cartas a serem contempladas com seus respectivos poemas. Em breve, a série estará completa, é só aguardar.


A LUA

Oh! misteriosa Hécate, Deusa das três faces,
Peço-Te que ilumines com a suavidade da Tua prateada luz
O mundo que comandas nas profundezas
Dos subterrâneos da minha alma velha
Que clama por Tua imemorial e materna luz.

Dama das noites a refletir com carinhosa suavidade
A ofuscante luz solar para caridosamente permitir
Que as minhas sombras interiores apareçam
E comigo dialoguem sem o defensivo medo
De serem calcinadas aos certeiros raios de Hélio.

Tu, matriarcal divindade, primitiva senhora, vem desvelar
Os meus sonhos mais guardados, mais escondidos,
Para que eu me lembre da Tua tão esquecida governança
E relembre que a vida vem em ciclos,
Que tudo nasce, cresce, morre e renasce...

Os velhos patriarcas trapacearam-na com muitas falsas histórias,
Transformando-a na Senhora de homens-lobos e de bruxas más,
Quando, na verdade, és a Senhora que comanda todas as marés
Para sempre lembrar a nós humanos que da água toda vida veio
E que da profundeza das águas uterinas todos (re)nascemos.


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