Zildo Gallo
Continuando
o proposto em 26 de abril de 2016, um dia outonal nublado, eu publico
hoje, 25 de julho de 2016, num dia invernal ensolarado,
seco e não muito frio, um poema sobre a minha
percepção da carta número 16 (dezesseis) do Tarô de Marselha, a Torre.
Relembrando, desde 1990 eu estudo as mais diferentes versões do Tarô, desde a
mais antiga, Tarô de Marselha, até as mais novas, como o Tarô dos Orixás, por
exemplo. A Torre é a décima sexta carta da jornada arquetípica do Tarô e, após
ela, continuarei publicando pelo menos um poema por semana e, ao cabo de mais
ou menos 20 semanas, com início em abril de 2016, terei passado uma visão
completa em forma de poesia sobre todos os arcanos maiores.
A TORRE
Com o brilho da mente astuta ergui
O mais sólido de todos os castelos,
Pedra sobre pedra, pedra sobre pedra,
E no ponto mais alto do mais alto
Suspendi a inexpugnável torre,
De onde, orgulhoso, comando os batalhões.
Nada de baixo pode atingir-me
E lá fora estão todos os outros
E cá no mais dentro de dentro estou eu,
Bem protegido pelo jogo das guerras mentais,
Que me defende de tudo aquilo
Que não quero e nem desejo ver.
Isto posto, chega-me uma dura verdade:
Neste mundo nada é inabalável
E, inevitavelmente, tudo se move.
Ao bem da minha verdade eu tenho que me
dizer:
A minha fortaleza tem a imaginária solidez
Dos castelos erguidos com lâminas de
baralho.
Em verdade, também tenho que me dizer:
O meu castelo foi engendrado para ruir,
Para que eu experimente o desapego em liberdade,
Da liberdade de viver a vida longe dos
muros
Que separam meu quintal imaginado
Do mundo verdadeiro que lá fora viceja.
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