Zildo Gallo
Continuando
o proposto em 26 de abril de 2016, um dia outonal nublado, eu publico
hoje, 6 de julho de 2016, num dia invernal ensolarado e
com temperaturas amenas, um poema sobre a minha
percepção da carta número 12 (doze) do Tarô de Marselha, o Enforcado
(Pendurado). Relembrando, desde 1990 eu estudo as mais diferentes versões do
Tarô, desde a mais antiga, Tarô de Marselha, até as mais novas, como o Tarô dos
Orixás, por exemplo. O Enforcado é a décima segunda carta da jornada arquetípica
do Tarô e, após ela, continuarei publicando pelo menos um poema por semana e,
ao cabo de mais ou menos 20 semanas, com início em abril de 2016, terei passado
uma visão completa em forma de poesia sobre todos os arcanos maiores.
O ENFORCADO (PENDURADO)
Sigo dependurado de cabeça para baixo,
Amarrado apenas pelo meu pé direito,
Aguardando, à luz da Santa Paciência,
O momento da minha soltura possível.
Então, espero...
Sem desespero... não há como mover-me
Sem piorar minha indefinida permanência
Na imobilidade da minha situação,
Que clama por infinita paciência.
Então, pacifico-me...
A vida me pôs assim neste momento,
Mas muitos dizem que fui eu mesmo
Que assim me coloquei pelos caminhos
Que, obstinadamente, escolhi.
Então, aceito...
O meu consolo é com muita calma saber
Que nas regras deste jogo de cartas
mágicas
A história nunca termina assim e aqui
E que, por ora, a espera imóvel e
silenciosa
É o único e verdadeiro caminho a seguir.
Espero, pacifico-me e aceito.
Afinal, só posso fazer assim
E não tem nenhuma outra saída que não
seja
Aceitar, ante o meu sagrado e livre
arbítrio,
Os desígnios da Sacrossanta Providência.
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