quarta-feira, 6 de julho de 2016

OS ARCANOS MAIORES DO TARÔ EM POEMAS: O ENFORCADO

Zildo Gallo

Continuando o proposto em 26 de abril de 2016, um dia outonal nublado, eu publico hoje, 6 de julho de 2016, num dia invernal ensolarado e com temperaturas amenas, um poema sobre a minha percepção da carta número 12 (doze) do Tarô de Marselha, o Enforcado (Pendurado). Relembrando, desde 1990 eu estudo as mais diferentes versões do Tarô, desde a mais antiga, Tarô de Marselha, até as mais novas, como o Tarô dos Orixás, por exemplo. O Enforcado é a décima segunda carta da jornada arquetípica do Tarô e, após ela, continuarei publicando pelo menos um poema por semana e, ao cabo de mais ou menos 20 semanas, com início em abril de 2016, terei passado uma visão completa em forma de poesia sobre todos os arcanos maiores.


O ENFORCADO (PENDURADO)

Sigo dependurado de cabeça para baixo,
Amarrado apenas pelo meu pé direito,
Aguardando, à luz da Santa Paciência,
O momento da minha soltura possível.
Então, espero...

Sem desespero... não há como mover-me
Sem piorar minha indefinida permanência
Na imobilidade da minha situação,
Que clama por infinita paciência.
Então, pacifico-me...

A vida me pôs assim neste momento,
Mas muitos dizem que fui eu mesmo
Que assim me coloquei pelos caminhos
Que, obstinadamente, escolhi.
Então, aceito...

O meu consolo é com muita calma saber
Que nas regras deste jogo de cartas mágicas
A história nunca termina assim e aqui
E que, por ora, a espera imóvel e silenciosa
É o único e verdadeiro caminho a seguir.

Espero, pacifico-me e aceito.
Afinal, só posso fazer assim
E não tem nenhuma outra saída que não seja
Aceitar, ante o meu sagrado e livre arbítrio,
Os desígnios da Sacrossanta Providência.


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