Zildo Gallo
Continuando
o proposto em 26 de abril de 2016, um dia outonal nublado, eu publico
hoje, 17 de junho de 2016, num
dia suavemente frio, ensolarado e ventoso de outono, um poema sobre a minha percepção da
carta número 8 (oito) do Tarô de Marselha, a Justiça. Relembrando, desde 1990
eu estudo as mais diferentes versões do Tarô, desde a mais antiga, Tarô de
Marselha, até as mais contemporâneas, como o Tarô dos Orixás, por exemplo. A
Justiça é a oitava carta da jornada arquetípica do Tarô e, após ela, continuarei
publicando um poema por semana e, ao cabo de 22 semanas, que teve início em
abril de 2016, terei passado uma visão completa em forma de poesia sobre todos
os arcanos maiores.
A JUSTIÇA
De qual justiça falamos?
A dos homens, permeada de incertezas duras,
Dura lex sed
lex?
A divina que se coloca em planos distantes,
Longe da brutalidade da matéria,
Num futuro post
mortem,
Aquela que muitas vezes mais tememos?
Não, nenhuma delas,
Falamos da outra justiça,
Daquela que nos liga às profundezas do ser,
Que nos fala dos objetivos e promessas,
Esquecidas promessas,
Da nossa velha alma em trânsito
Neste dorido mundo desigual.
Falamos da justiça que se faz a olhos descobertos,
Mas distante, muito longe, de injustas parcialidades.
Falamos da justiça severa na medida
E suportável ao aprendizado,
Desprovida da virulência infecciosa,
Desnecessária virulência,
Aquela que nos coloca em contato
Com as verdades que moram
Na câmara secreta do nosso coração,
Onde mora o santo e divino espírito.
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