Zildo Gallo
Continuando
o proposto em 26 de abril de 2016, um dia outonal nublado, eu publico
hoje, 2 de junho de 2016, num dia frio e chuvoso de outono, um poema sobre
a minha percepção da carta número 6 (seis) do Tarô de Marselha, os Enamorados.
Relembrando, desde 1990 eu estudo as mais diferentes versões do Tarô, desde a
mais antiga, Tarô de Marselha, até as mais contemporâneas, como o Tarô dos
Orixás, por exemplo. Os Enamorados é a sexta carta da jornada arquetípica do
Tarô e, após ela, continuarei publicando um poema por semana e, ao cabo de 22
semanas, que teve início em abril de 2016, terei passado uma visão completa em
forma de poesia sobre todos os arcanos maiores.
OS ENAMORADOS
A hora da escolha chegou!
De repente chegou,
Inesperadamente chegou.
Chegou e como escolher?
Ou se recolher e tentar
A paralisação do tempo?
Com os olhos postos
Na inebriante juventude da matéria,
A observar exteriores belezas?
Com a mente posta
Nos sutis acúmulos temporais
Das experiências vividas?
Olvidando olhos e mente e ouvindo
As razões secretas,
Desconhecidas,
Do imprevisível coração?
Não há como não escolher,
A não escolha só emperra
O continuar do caminho que se faz
No permanente caminhar.
A hesitação entrega o caminheiro
À roda incontrolável do destino
E, aí, há que se aprender
E apreender
A sábia aceitação de tudo que virá.
Na encruzilhada,
Olhando os dois caminhos adiante,
Não há como ficar parado.
Se não se escolhe e qualquer um segue,
Há o risco de ver a sorte lançada,
Feito flecha de Cupido zombador,
Sem rumo,
A esmo,
Às tortas,
E o caminho seguirá ausente
De verdadeiro coração
E daí, com a ilusão instalada,
Por um momento,
Longo e modorrento momento,
A verdade se esconde
E a ilusão vira verdade
À espera de uma nova encruzilhada.
Lindo poema.dificil mesmo fazer as escolhas durante nosso caminho.
ResponderExcluirAs escolhas precisam ser feitas ou seremos escolhidos. Postergar também é complicado. São entendimentos rápidos da carta Os Enamorados.
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