sexta-feira, 10 de junho de 2016

OS ARCANOS MAIORES DO TARÔ EM POEMAS: O CARRO

Zildo Gallo

Continuando o proposto em 26 de abril de 2016, um dia outonal nublado, eu publico hoje, 10 de junho de 2016, num dia frio de outono, um poema sobre a minha percepção da carta número 7 (sete) do Tarô de Marselha, o Carro. Relembrando, desde 1990 eu estudo as mais diferentes versões do Tarô, desde a mais antiga, Tarô de Marselha, até as mais contemporâneas, como o Tarô dos Orixás, por exemplo. O Carro é a sétima carta da jornada arquetípica do Tarô e, após ela, continuarei publicando um poema por semana e, ao cabo de 22 semanas, que teve início em abril de 2016, terei passado uma visão completa em forma de poesia sobre todos os arcanos maiores.
  

O CARRO

Tenho que sair da exiguidade
Das quatro paredes da alcova,
Ir além do espaço semiaberto do quintal.
Preciso da amplitude do mundo novo,
Maior
E menos previsível,
Com suas montanhas e vales e mares
E extensas planícies.

Sufoca-me o ambiente
Acolhedor e protegido
Disso que chamam lar.
Necessito de novas atmosferas,
Do vento gelado a penetrar as minhas vestes
E da secura do deserto a encharcar-me de suor
Enquanto sigo no encalço da água cristalina
Da fonte da minha juventude.

O mundo está lá fora,
A vida corre lá fora,
A minha juventude está lá fora,
Tudo está lá fora
E tudo preciso buscar.
Dois corcéis conduzem meu carro veloz,
Disputando cada um deles
A primazia do caminho,
Ora sigo um
Ora o outro
E assim começo e recomeço,
Aos trancos e solavancos,
Nos acidentados caminhos,
A minha aventura
De venturas e desventuras.


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