Zildo Gallo
As ruas correm rumo a outras ruas
As casas enfileiram-se como soldados
As pessoas andam para lá e para cá
Nuvens de pássaros revoam
E cagam nos transeuntes sonâmbulos
Na praça, crianças jogam milho aos
pombos
Um velho sentado à sombra da velha árvore
Espera a chegada da sua próxima hora
Lembrando seus idos tempos de criança
A vida resume-se a ruas que sempre
Se encontram umas com as outras
Carregando as pessoas aos seus encontros
Nas encruzilhadas com suas cruzes
traçadas
Nos escritórios dos engenheiros
geométricos
Com suas réguas e seus esquadros
E seus fascínios pelas linhas retas
Na tentativa permanente de remodelar
A natureza teimosamente curvilínea
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