Zildo
Gallo
Caem
gotas no telhado,
gotas
tristes,
sonolentas,
que
me molham por dentro
e
me trancam em casa
ouvindo...
só ouvindo...
Um
imenso desejo
de,
num assalto,
feito
menino,
sair
pela rua
dançando,
cantando...
conquistando
o mundo.
Deixar
suor e água
a
beijarem o rosto,
ver
descer a enxurrada no meio-fio,
carregando
o medo e a vergonha,
toda
vergonha,
de
viver feito menino.
Zildo
Gallo - Americana, SP, 08 de janeiro de 1984
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