Zildo
Gallo
A
partir de hoje, 26 de abril de 2016, um dia outonal nublado, eu comecei a
postar poemas que retratam a minha visão sobre os arcanos maiores do Tarô.
Desde 1990 eu venho estudando as mais diferentes versões do oráculo conhecido como Tarô, desde a mais antiga,
Tarô de Marselha, até as mais contemporâneas, como o Tarô dos Orixás, por exemplo. Começo
pela carta número 0 (zero), representada pela figura do louco, que no baralho
de jogar (arcanos menores) equivale à figura do Curinga. Pretendo publicar um poema por semana e ao cabo de 22 semanas terei passado a minha visão sobre todos os arcanos
maiores.
O
LOUCO
Estou
aqui
Ou
ali
Ou
acolá
Se
me querem fico
Senão
me vou
E
fico
E
vou
É
bem assim que sou
Bem
aqui aonde estou
Na
minha trouxa carrego
Tudo
de nada
Nada
de tudo
Tudo
de tudo carregar
A
cabeça não me faz
Minha
cabeça de vento
Leve
ao vento
Leva
o vento
Sempre
pronto para dar
A
minha mortal pirueta
E
voltar
E
ir
E
voltar
E
a minha própria sombra enganar
Não
tenho rabo
Como
meu cachorro tem o seu
Mas
sempre atrás dele corro
Como
ele atrás do seu
Suspeito
que ele lá está
Sempre...
sempre a me espreitar
Que
me olhem
Que
se espantem
Gargalho
e sigo hoje
Como
ontem
Em
algum lugar posso parar
Mas
gosto mesmo é de andar
Distraído...
distraído...
Bambeando
Para
lá e para cá
A
beira do precipício
Sem
medo do fundo vazio
Se
caio
O
corpo desce à terra
E
o espírito alça voo
Rumo
ao infinito e além
Nada
ter
Nada
a temer
O
que perder?
Distinta
plateia
Aplausos!
Aplausos!
Clap!
Clap! Clap!
Senhoras
e senhores
O
espetáculo vai começar
E
o palhaço o que é?
Ele
é: é trelelé!
E
chega de trololó!
Muitos me acham louco,
Outros muitos me têm como tolo,
Mas, na verdade,
Na verdade mais verdadeira,
Eu sou é um andarilho caminhado
À procura de um caminho.
Muitos me acham louco,
Outros muitos me têm como tolo,
Mas, na verdade,
Na verdade mais verdadeira,
Eu sou é um andarilho caminhado
À procura de um caminho.
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