Economista pela PUC Campinas, Mestre e Doutor em Geociências pela UNICAMP, professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Mestrado e Doutorado) da UNIARA - Araraquara - SP
terça-feira, 27 de dezembro de 2016
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
PÉRSICAS
Zildo Gallo
Ahura Mazda
Mais Angra
Mainyu
Em combinado armistício
Jogam
Nas noites persas
Infindável
xadrez
Cósmico embate
Embate humano.
🔁
Sherazade
A bela
Conta histórias
mil
Ganha mais um
dia
E outra noite...
E outro dia...
E outra noite...
Histórias sem fim.
🔁
O Xá beberica
Seu chá de lima persa
Fumegante beberagem
Na chávena
dourada
Amornando
Aos poucos
Duras agruras
Na alma
congeladas.
🔁
Nas longas
noites persas
Um conto puxa
outro
Que venha outro!
Outro conto...
Outro dia...
Outros contos...
Outros dias...
🔁
E o tempo...
No oriente próximo
Gira sem parar
Em círculos
Concêntricos.
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
domingo, 18 de dezembro de 2016
sábado, 17 de dezembro de 2016
sexta-feira, 16 de dezembro de 2016
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
sexta-feira, 9 de dezembro de 2016
CARTILHA DOS ORGÂNICOS.
Zildo Gallo
Em 24 de abril de
2015, eu postei aqui no meu blog o artigo "Guerrilha
Agroecológica", onde divulgo a cartilha "O Olho do Consumidor",
de Ziraldo. Ela foi embargada na justiça pela Monsanto, empresa fabricante de
agrotóxicos e transgênicos, por sentir-se contrariada nos seus interesses.
Lamentável que a "justiça brasileira" não tenha levado em
consideração o direito à informação dos cidadãos no seu processo decisório.
Hoje, 9 de dezembro de 2016, eu resolvi republicar o artigo, onde indico ao
leitor como conseguir uma cópia.
Além de conseguir a cartilha, que considero de
excelente qualidade e de fácil compreensão, sugiro ao leitor que a divulgue.
Trata-se de fazer um bem para a humanidade e para toda a natureza. Leia o breve
artigo e entre para a justa causa.
GUERRILHA AGROECOLÓGICA
Zildo Gallo
Além de horticultor doméstico (ver: "Meditações a partir da horta doméstica da minha casa" (http://zildo-gallo.blogspot.com.br/2015/02/meditacoes-partir-da-horta-domestica-da.html), há muito tempo considero-me um militante da causa agroecológica.
Nas minhas aulas no curso de pós-graduação em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Mestrado e Doutorado) do Centro Universitário de Araraquara (UNIARA), onde sou professor, costumo falar sobre os muitos porquês da minha opção pela agroecologia, que considero importante tanto para a saúde da natureza como a dos seres humanos, já que ela não adota o uso de defensivos agrícolas e adubos químicos.
No ano de 2009, o Ministério da Agricultura produziu uma cartilha (O olho do consumidor) bem detalhada, para divulgar o novo selo para produtos orgânicos, com ilustrações do cartunista e escritor Ziraldo. Diante da possibilidade de ter os seus interesses contrariados, a empresa Monsanto, fabricante de agrotóxicos e de sementes transgênicas, conseguiu, através da justiça, embargar a sua distribuição, que seria naquele momento de 620 mil exemplares. Com a proibição, muitos defensores da agricultura orgânica passaram a divulgá-la pela internet. Acredito que, de lá até hoje, a divulgação pelo meio eletrônico tem sido eficiente.
Como hoje eu tenho o meu blog e também tenho uma cópia da cartilha em PDF, resolvi disponibilizá-la para os meus leitores. Quem desejar uma cópia pode pedi-la pelo meu e-mail (zildogallo@gmail.com), que prontamente enviarei. A cartilha, que faz uma boa introdução sobre os produtos orgânicos para os leigos no assunto, ficou muito bonita do ponto de vista artístico e precisa ser amplamente divulgada, pois a causa é muito justa e relevante para todo o nosso planeta.
Veja a capa da cartilha.
PS.: também é possível consegui-la no endereço: http://www.redezero.org/cartilha-produtos-organicos.pdf
domingo, 4 de dezembro de 2016
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
Resenha: Capitalismo e Colapso Ambiental, uma leitura mais que necessária
Zildo Gallo
O livro Capitalismo e Colapso Ambiental (Editora da Unicamp),
do professor do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas (IFCH) da Unicamp, Luiz Marques, ganhou o prêmio Jabuti 2016 em primeiro
lugar na categoria Ciências da Natureza, Meio Ambiente e Matemática. Sem dúvida
alguma, trata-se de um prêmio merecido, pois há muito tempo permanecia a
necessidade de uma obra que tocasse com a profundidade necessária a grande
crise socioambiental que atravessa o nosso planeta.
Para Marques, as crises ambientais e
sociais tornam necessária e inadiável uma reflexão sobre o caos planetário, em
que toda a sociedade pode prejudicar-se de forma grave e com difícil
reversibilidade. Assim, como não poderia deixar de ser, o seu
livro é um estudo que aponta o capitalismo como essencialmente expansivo e predador
e que tem levado planeta a um quadro gigantesco de devastação ambiental. Para
ele, reverter tal trajetória implica na desmontagem do processo acumulativo e
expansivo deste modo de produção, o que significa, na prática, desmontá-lo.
Talvez seja necessária a própria superação do modo de produção capitalista, pois o crescimento ininterrupto e infinito é a sua forma de ser. A busca do crescimento a qualquer custo moldou este sistema na forma de uma máquina multinacional intrinsecamente predatória e, assim, o capitalismo global tem extinguido ou ameaçado a existência de um número cada vez mais crescente de espécies (animais e vegetais), entre as quais, os próprios seres humanos.
Enfim, uma grande obra para o momento mais crítico da história da humanidade, quando ela própria colocou-se em grave risco, sozinha, sem a ameaça de nenhum meteoro gigante vindo do espaço sideral, como aconteceu no caso da extinção dos dinossauros há muitos milhões de anos atrás. O livro de Marques posta-se a nossa frente como uma moderna esfinge ameaçadora: decifra-me ou te devoro. Todos os estudiosos das questões socioambientais e todos os cidadãos estão chamados a decifrar a esfinge, para se incluírem de forma mais efetiva no bom combate a ser travado para salvar os ecossistemas e a própria humanidade. Sem dúvida nenhuma, a maior tarefa colocada aos seres humanos desde o início da sua trajetória.
Adquiram a obra: uma leitura mais que indispensável, crucial. Adquiram, leiam e divulguem. Trata-se de uma boa arma para um bom combate.
Talvez seja necessária a própria superação do modo de produção capitalista, pois o crescimento ininterrupto e infinito é a sua forma de ser. A busca do crescimento a qualquer custo moldou este sistema na forma de uma máquina multinacional intrinsecamente predatória e, assim, o capitalismo global tem extinguido ou ameaçado a existência de um número cada vez mais crescente de espécies (animais e vegetais), entre as quais, os próprios seres humanos.
Enfim, uma grande obra para o momento mais crítico da história da humanidade, quando ela própria colocou-se em grave risco, sozinha, sem a ameaça de nenhum meteoro gigante vindo do espaço sideral, como aconteceu no caso da extinção dos dinossauros há muitos milhões de anos atrás. O livro de Marques posta-se a nossa frente como uma moderna esfinge ameaçadora: decifra-me ou te devoro. Todos os estudiosos das questões socioambientais e todos os cidadãos estão chamados a decifrar a esfinge, para se incluírem de forma mais efetiva no bom combate a ser travado para salvar os ecossistemas e a própria humanidade. Sem dúvida nenhuma, a maior tarefa colocada aos seres humanos desde o início da sua trajetória.
Adquiram a obra: uma leitura mais que indispensável, crucial. Adquiram, leiam e divulguem. Trata-se de uma boa arma para um bom combate.
MARQUES,
Luiz. Capitalismo e Colapso Ambiental.
Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2015, 648p.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
É JUSTO? (10)
Zildo Gallo
Garimpar imagens na imensidão da
internet e observá-las pode ser um bom exercício para compreender o mundo nos dias
de hoje. Muitas vezes as imagens falam por si mesmas, como nas fotografias de
Sebastião Salgado, mas elas podem (servem) para ilustrar crônicas e poemas como
é o caso do meu poema "Dia de
pescaria". Uma imagem pode ajudar na compreensão de textos, pode? Ela pode falar
mais que os textos. À imagem e ao poema!
Dia de pescaria
Alegrias!
Hoje é dia de pescaria
De buscar o meu sustento
No desembocar do sólido fluxo
Resíduo de estranho cheiro
A jusante
Um efluente
Da sociedade afluente
As sobras das gentes ricas
Longe das vistas sistemáticas
Estáticas
Do consumo que se consome
Que a todos consome.
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
É JUSTO? (9)
Zildo Gallo
Garimpar imagens na imensidão da internet e observá-las pode ser um bom exercício para compreender o mundo nos dias de hoje. Muitas vezes as imagens falam por si mesmas, como nas fotografias de Sebastião Salgado, mas elas podem (servem) para ilustrar crônicas e poemas como é o caso do meu poema Fuga ao incerto. Uma imagem pode ajudar na compreensão de textos, pode? Ela pode falar mais que os textos. À imagem e ao poema!
FUGA AO INCERTO
Pegar a nau
Para um futuro
Milhas náuticas
Muitas milhas
Uma fuga do nada
Miserável nada
Violento nada
Mas perto
Muito perto
Rumo ao possível
Incerto
Muito incerto
Mas longe
Muito longe
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
O PEQUENO BUTÃO: UM GRANDE EXEMPLO PARA O MUNDO
Zildo Gallo
O Butão é um país pequeno da Ásia, bem pequeno mesmo, e tem sua economia
baseada na agricultura, na extração florestal e na venda de energia
hidroelétrica para a vizinha Índia. A agricultura, essencialmente de
subsistência, e a criação de animais, são os meios de vida para 90% da sua população.
Trata-se de uma economia camponesa. É considerada uma das menores e "menos
desenvolvidas" economias do mundo sob o ponto de vista dos cânones do
pensamento econômico contemporâneo, que enxerga a riqueza como o conjunto de
bens e serviços transacionados nos mercados. Entretanto, apesar da sua visível pequenez,
já há algum tempo, o Butão passou a surpreender o mundo. Um exemplo: nos idos
de 2004, ele foi o primeiro país do planeta a banir o consumo público e a venda
de cigarros. Não é bom isto? Alguém discorda?
Este país, com apenas cerca de 700
mil habitantes, que possui um governo calcado numa ainda recente mas já sólida monarquia
constitucional, já havia surpreendido o mundo há alguns anos com a ideia do
índice FIB (Felicidade Interna Bruta) em contraposição ao PIB (Produto Interno
Bruto), como indicador da produção de riqueza dos países. Recentemente, ele
reforçou a sua intenção de contribuir para a sustentabilidade ambiental do
nosso planeta Terra. Parece muita pretensão para um "nanico", mas não
é, acreditem...
O seu Primeiro Ministro,
Jigmi Y. Thinley anunciou recentemente a instituição da Política Nacional
Orgânica, que pretende transformar, até 2020, o Butão num produtor 100%
orgânico. Estamos no fim de 2016, falta muito pouco tempo para que isso se
consuma. Que coisa boa! Assim, o governo butanês decidiu eliminar, aos poucos,
a importação de agroquímicos da Índia; um cantinho da Terra sem agrotóxicos, já
é alguma coisa...
Trata-se de uma decisão
bem corajosa para uma nação tão pequena, caso seja comparada à China e à Índia
(1,3 bilhão e 1,2 bilhão de habitantes, respectivamente). Trata-se de um
pequeno Davi cercado por dois gigantescos Golias (ver figura acima). Há que se ressaltar o pioneirismo (de novo!) do pequeno reino
parlamentarista, cuja maioria dos seus habitantes pratica o Budismo com
religião. Assim como muitos países têm-se inspirado no Butão para olhar para o índice
FIB no sentido de enxergar os limites do PIB (indicador de aspecto meramente
quantitativo) como marcador da riqueza nacional, eles poderiam bem refletir a
respeito da conversão de seus cultivos para métodos mais sustentáveis, adotando
a prática da agroecologia.
Todavia, parece que o pequeno Davi está fazendo
escola. Recentemente, no Ocidente, a rica Dinamarca, um país com padrões
excelentes de vida, também resolveu abolir a agricultura tradicional, baseada
no uso intensivo da química, dando como prazo também o ano de 2020. E viva a
Dinamarca!
É importante ressaltar
aqui nesta pequena crônica a imensa sabedoria da decisão política pela
agroecologia, pois a maior parte da população butanesa é composta por
camponeses que vivem do trabalho na terra. A adoção desta forma de cultivo do
solo tende a fixar as pessoas no campo, já que é bem mais intensiva em trabalho
que a agricultura convencional, aquela da Revolução Verde. Assim, o Butão
continuará sendo caracterizado pelas pequenas e bucólicas cidades e ele só tem
a ganhar com isso, continuará sendo um reino feliz.
LONGA VIDA AO REINO DO BUTÃO! VIVA A
AGROECOLOGIA! ABAIXO OS TRANSGÊNICOS E OS AGROQUÍMICOS!
Thimphu, capital
do Butão, ao fundo os Himalaias.
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