ZILDO GALLO
Enquanto a vida erra
Zanzando pela terra
De sossego em sossego
De guerra em guerra
Entre o vale e a serra
Entre a selva e o deserto
Entre a morada e o relento
Entre o alarido e o silêncio
Entre a dor e a alegria
Entre a espera e a esperança
Entre a vida e a morte
Cadê o sentido?
O sentido é a caminhada
Andarilhos que somos...
PREDOMÍNIO
Enquanto predomina o capital
Predomina todo mal
Disfarçado em benesses
Em prazeres e quereres
Ilusão imediata na matéria
Que sobre a vida impera
Que sobre o espírito opera
Mas que dia após dia
Envelhece e apodrece
E o espírito clama por asas
Para livre poder voar
Para livre poder sonhar
O
VOO DA SERPENTE
Rasteja a serpente
Sem pernas para caminhar
Sem asas para voar
Rasteja e se esconde
Sua sina é se esconder
Em silêncio transitar
Nas sombras de um mundo
Que lhe é hostil
A sombra é o seu domínio
A luz seu infortúnio
Toda sombra nos assusta
Toda serpente também
A serpente não pode
E não deve voar
Não nos assustemos
Com o voo da serpente
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