Zildo Gallo – 23/03/2023
Sapo
coaxa
Peixes
seguem nadando
Tela
lacustre
Economista pela PUC Campinas, Mestre e Doutor em Geociências pela UNICAMP, professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (Mestrado e Doutorado) da UNIARA - Araraquara - SP
Zildo Gallo
Viva o agora!
Mas o agora já se foi,
Neste inexato instante.
Como viver o agora,
Se, a todo momento, ele
já era,
Se o que me resta por
hora,
Nesta inexata hora,
É um passado em
permanente somatória,
Que, vertiginosamente, se
amontoa,
Em fração de fração de
segundos?
Zildo Gallo
Um
fio que não ata e nem desata
História
sem começo e nem fim
Lampejo
num intangível lusco-fusco
De
uma noite que ainda não chegou
De
um dia que ainda não se findou
Assim
será o futuro daqui a pouco
O
que temos é o passado que já passou
E
tornou-se imagem de um memorial
Neste
mesmíssimo e instantâneo instante
Somando-se
a instantes e mais instantes
De
um passado que se afasta já distante
Mas
que se faz presente o tempo todo
Pois
é a única coisa que se tem
A
cada instante que já veio e já se foi
E
a cada instante que ainda virá
E
que jamais será novamente vivido
O
presente se esfarela em passado antes
Que
o agarremos entre os dedos
O
presente assim pensado torna-se
Uma
paradoxal impossibilidade
Zildo Gallo
O galo sobre a rocha
Vira galo de galocha.
A galocha pisa no barro,
Que não é duro como rocha,
É mole feito meleca.
Eca!
Um galo de galocha?
Onde já se viu?
Garanto, eu já vi.
Você nunca viu?
Zildo Gallo
Sapo
Pato
Ambos
são brejeiros
Sapo
pato sapato
Sapato
para o brejo
Tem
que ser de borracha
Que
não é do brejo
E que vem da seringueira
Que
é lá da floresta