Zildo Gallo
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A poesia nos tempos trevosos
É como um raio a iluminar frestas
A poesia nos tempos congelados
Crepita como fogueira em funda caverna
A poesia lança pirilampos esperançosos
Nas brumas dos tempos desesperados
Há que se receber o andarilho poeta
Que atravessa os nossos descaminhos
Como um lançador de sementes aptas
A brotar na longínqua primavera
Há que se receber o poeta viajante
Com seu baú de pirilampos amestrados
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