Zildo Gallo
Juntei neste artigo quatro textos
escritos anteriormente ao dia de hoje, com o objetivo de estimular uma reflexão sobre o futuro
da humanidade diante da imensa crise socioambiental que assola o planeta nesta
segunda década do século XXI.
No primeiro, Breve manifesto das urgências urgentíssimas do século XXI, sugiro
seis urgências que considero essenciais para o processo de mudanças que precisa
acontecer: 1) construção de uma ética planetária; 2) construção de uma ética
para a economia; 3) eliminação da pobreza; 4) transição para uma economia
ecológica; 5) transição para um novo tipo de globalização e; 6) eliminação de
todos os tipos de intolerância.
No segundo, Liberdade, Igualdade e Fraternidade em 2017, eu sugiro que sejam
retomadas as bandeiras da Revolução Francesa e que tais ideais sejam retomados,
rompendo o círculo vicioso do egoísmo e do individualismo.
No terceiro, Mandamentos para o cidadão politicamente correto no século XXI, eu elenquei 37 sugestões aleatórias, na forma de
mandamentos, no sentido de que comecemos a produzir um mundo melhor para as
gerações futuras.
No quarto, Explicando o bom caminho do desenvolvimento sustentável, partindo
do "Modelo da Sustentabilidade", eu aprofundo a discussão do ponto de vista
teórico, considerando que economia, meio ambiente e bem-estar-social são
indissociáveis para a construção de um mundo melhor.
À leitura!
BREVE MANIFESTO DAS URGÊNCIAS
URGENTÍSSIMAS DO SÉCULO XXI
A URGÊNCIA DE
UMA ÉTICA PLANETÁRIA
É cada vez mais
necessária e urgente a construção de uma ética planetária. É preciso fundar um
novo ethos para garantir doravante o convívio
entre os homens e destes com a natureza e todos os seres que nela vivem. O
PLANETA TERRA NÃO É SÓ DOS HUMANOS e a almejada sustentabilidade deve abranger
não só as gerações futuras dos humanos, mas também as de todos os demais seres
que convivem com eles neste mundo (de imediato este aprendizado deve ser aceito
e incorporado por todos).
A URGÊNCIA DE
UMA ÉTICA PARA A ECONOMIA
A aproximação
entre a ética e a economia é cada vez mais necessária, mais que necessária
nestes tempos onde o capitalismo financeiro transformou-se num verdadeiro
cassino (vide a crise de 2008). Nas profundezas de sua essência, o objetivo
primordial do sistema econômico deveria ser ético: o bem-estar, O BEM-ESTAR DE
TODOS QUE VIVEM E CONVIVEM NO PLANETA TERRA (o sistema econômico precisa ser
mais solidário e menos competitivo, o ser humano precisa ser mais solidário e
menos competitivo).
A URGÊNCIA DO
FIM DA POBREZA
Como ainda tem
muita pobreza no mundo, podemos concluir que, por muitos anos ainda, o
crescimento da economia deve continuar necessário. Contudo, ele não pode se dar
nos antigos moldes, concentrando renda e destruindo o meio ambiente.
DESCONCENTRAR RENDA E ELIMINAR A MISÉRIA DEVE SER O OBJETIVO PRIMEIRO DA
ECONOMIA MUNDIAL (a liberdade, este bem essencial aos seres humanos, só é
possível com a inclusão social).
A URGÊNCIA DE
UMA ECONOMIA ECOLÓGICA
O compromisso da
economia como ciência e como prática também deve ir além do exclusivo bem-estar
dos homens, devendo considerar todos os demais seres que vivem na Terra. OS
HUMANOS DEVEM ABANDONAR A ANTIGA E ULTRAPASSADA CONDIÇÃO DE PREDADORES E DEVEM
ASSUMIR A CONDIÇÃO DE CUIDADORES (o novo paradigma da sociedade humana deve deslocar-se
da conquista para o cuidado, que deve abranger toda a humanidade e todos os
demais seres).
A URGÊNCIA DE
UM NOVO TIPO DE GLOBALIZAÇÃO
As crises
ambientais, econômicas e sociais que abalam o planeta Terra hoje, com
consequências ainda não tão previsíveis (será que não são mesmo?), levam-nos a
concluir que a morada humana não pode mais se limitar ao estado-nação, ela deve
se estender por toda a Terra. O mundo globalizou-se e com ele os problemas.
Cada questão de cada canto da Terra virou um problema de cada um de nós, que
pensa, produz e consome. Hoje, como em nenhuma outra época, nossa casa global
exige que estejamos sempre atentos às consequências dos nossos atos ao
produzirmos e consumirmos. A NOVA GLOBALIZAÇÃO DEVE SER INCLUSIVA E ECOLÓGICA E
NÃO APENAS MERCADOLÓGICA (não tem outra possibilidade, pois a competição e o
consumismo desenfreados, características do atual estágio do capitalismo, estão
conduzindo a humanidade e o meio ambiente a situações de colapso).
A URGÊNCIA DO
FIM DAS INTOLERÂNCIAS
A não aceitação
das diferenças como as raciais, culturais, de gênero, de religião etc. tem
produzido muita violência, inclusive guerras. Efetivamente, o mundo é
multicultural, multirracial, multirreligioso e muitos outros “multi” e essa é a
grande beleza da humanidade. A HUMANIDADE PRECISA GLOBALIZAR A TOLERÂNCIA (a
marca principal da nova ética planetária deve ser a aceitação, pois, ao mesmo
tempo em que somos todos iguais, também somos todos diferentes).
AS MUDANÇAS
SÃO NECESSÁRIAS E, A CADA DIA QUE PASSA, MAIS URGENTES!
LIBERDADE,
IGUALDADE E FRATERNIDADE EM 2017!
Para este ano de 2017, desejo a todos os meus
leitores e leitoras o mesmo que desejei para 2016, a concretização dos ideais
interrompidos (no meu modo de ver) da Revolução Francesa (1789-1799), que
conseguiu resumir em apenas três palavras (liberdade, igualdade e fraternidade)
as condições necessárias à realização de uma vida digna e próspera para todos
os cidadãos do planeta, não só para os cidadãos franceses. Tratam-se de valores
universais.
A LIBERDADE
é essencial ao desenvolvimento do potencial de cada indivíduo, todos os seres
humanos precisam de LIBERDADE, indistintamente. Se tem algo que limita a
LIBERDADE, este algo é a pobreza; ela dificulta o aprendizado (escola e
cultura), a saúde (alimentação e cuidados sanitários) e a locomoção (o direito
de ir e vir), que são essenciais ao bem-estar e à realização do espírito. No
atual momento da humanidade, a pobreza extrema é muito grande e, ao mesmo
tempo, a riqueza concentra-se de forma nunca dantes vista. O fosso entre ricos
e pobres alargou-se no pós-guerra e continua nesta mesma dinâmica nos dias de
hoje.
Para que a
LIBERDADE alargue os seus horizontes, é preciso desconcentrar a renda e
eliminar a pobreza. É necessário diminuir as diferenças sociais e aumentar a IGUALDADE.
Quanto mais igual mais livre é a sociedade, pois a LIBERDADE é necessária a
todos e não só para os que controlam as riquezas. Todos os seres humanos são
iguais, independente da raça, da classe social, do gênero, da religião etc.
Assim, a IGUALDADE pressupõe a inexistência de qualquer tipo de segregação e
preconceito, pois eles contribuem para diminuir a LIBERDADE e impedem a
FRATERNIDADE.
Por sua
vez, a FRATERNIDADE é essencial à LIBERDADE e à IGUALDADE, já que ela se
assenta na compaixão que cada ser humano precisa ter para viver em grupo, para
realizar no seu processo de humanização, pois os homens só são (tornam-se)
humanos em sociedade (o homem é um animal social - Aristóteles). A FRATERNIDADE
é um instrumento essencial para a diminuição da pobreza e das diferenças
sociais e ela precisa fazer-se presente na política, pois o homem também é um
animal político (Aristóteles). Então, cabe ao Estado enquanto instância
organizada e organizadora da sociedade buscar a diminuição da pobreza e a
inclusão social. A sua função não é apenas garantir o "bom"
funcionamento do mercado, como desejam os liberais conservadores, que olham
para o mundo exclusivamente a partir das suas gordas posses pessoais.
A
FRATERNIDADE, a IGUALDADE e a LIBERDADE são interdependentes e iguais em valor.
Não dá para pensá-las isoladamente e nem de forma particular, a partir do
indivíduo, ainda que a individualidade (não confundir com individualismo) seja
um valor que deve ser preservado/respeitado (a individualidade não é um valor
absoluto para o cidadão, pois, quando extremada, ela pode ferir a
individualidade alheia, aí ela vira individualismo), pois elas são valores
coletivos, humanizantes, necessários à convivência pacífica e próspera da
humanidade como um todo. Hoje, a humanidade passa por um momento de extremo
individualismo, egoísmo mesmo, e os resultados disso estão à vista (pobreza,
violência, drogas, poluição, guerras, preconceitos, intolerâncias etc. etc.
etc.) de todos que queiram verdadeiramente ver. A individualidade tem seu
limite e ele se localiza nas fronteiras do bem-estar coletivo.
LIBERTÉ * EGALITÉ *
FRATERNITÉ - JÁ!!!!!!!
DEPOIS DE TANTOS ANOS, A HUMANIDADE JÁ ESTARIA
(DEVERIA ESTAR) MADURA E CONSCIENTE O SUFICIENTE PARA REALIZAR (COMPLETAR) ESTA
REVOLUÇÃO DE FORMA TOTALMENTE PACÍFICA, SEM A VIOLÊNCIA DE 1789, COMO ACONTECEU
NA FRANÇA REVOLUCIONÁRIA. SERÁ QUE ESTÁ? ATÉ QUANDO A
HUMANIDADE VAI PRESENCIAR TANTA TRAGÉDIA SEM SE MOVER? ELA AINDA NÃO SE CANSOU?
PARECE QUE NÃO... TORÇAMOS PARA ISSO...
FELIZ 2017!
MANDAMENTOS PARA O CIDADÃO POLITICAMENTE CORRETO NO
SÉCULO XXI
Abaixo eu
elenquei 37 sugestões aleatórias no sentido de que possamos produzir um mundo
melhor para as gerações futuras. Adiantando: não são nada fáceis e algumas
implicam em grandes mudanças pessoais e coletivas. Sobre algumas eu acho que
pode não haver consenso, mas, no meu ponto de vista, muitas delas são
extremamente necessárias neste momento de crise da sociedade. A crise é geral:
econômica, social, ambiental e de valores. Sugiro estes "mandamentos"
(outros podem ser incluídos, à vontade de cada um) no sentido de que possamos
pensar, a partir de cada um deles, sobre o que estamos fazendo ou não fazendo
para melhorar as condições de vida da humanidade e de todos os demais seres que
vivem no colo de Gaia, da nossa mãe Terra, que, neste momento, chora e reage às
dores ante tanto sofrimento produzido por seu filho mais rebelde, o homem.
1) Consumir preferencialmente produtos orgânicos, pois
eles são amigáveis ao meio ambiente e à saúde;
2) Não consumir e não estimular o consumo de alimentos
transgênicos, pois eles podem fazer mal à saúde e ao meio ambiente;
3) Não consumir madeira que não seja certificada, pois
ela pode provir de desmatamentos ilegais, como aqueles que acontecem na
Amazônia ;
4) Não comprar roupas, calçados e outros produtos de
empresas que utilizam mão de obra similar à escrava;
5) Não
consumir desnecessariamente e não estimular o consumismo na sua família;
6) Ajudar
na coleta seletiva de resíduos, separando os recicláveis dos orgânicos e
destinando-os corretamente;
7) Não desperdiçar e não poluir a água no seu
dia-a-dia;
8) Não fumar e não estimular o consumo de tabaco;
9) Beber com moderação, muita moderação, e não
estimular o consumo de bebidas alcoólicas;
10) Não usar drogas ilícitas e desestimular o seu
consumo;
11) Não ver e ouvir, nas TVs e nas rádios, programas que
estimulem violência e o pessimismo, preconceitos raciais, culturais, de gênero,
religiosos etc.;
12) Não estimular o pessimismo, repassando sem pensar,
sem questionar, ideias pessimistas veiculadas pela maioria dos meios de
comunicação do mundo, pois a imprensa ainda acredita que o que vende jornais é a
desgraça;
13) Contribuir para a inclusão social, estimulando ONGs
e governos (federal, estadual e municipal) que trabalham neste sentido;
14) Diminuir o consumo de fast foods e
desestimular o consumo na sua família, com o objetivo de melhorar a saúde das
pessoas;
15) Frequentar restaurantes e lanchonetes que
privilegiam produtos naturais (pouco processados pela indústria) e orgânicos;
16) Consumir açúcar moderadamente e buscar a moderação
do consumo familiar;
17) Consumir menos carne, muito menos, em particular a
bovina, que exerce pressão sobre as florestas, estimulando o desmatamento e
expandindo a fronteira agrícola, como acontece hoje na Amazônia;
18) Andar menos de veículos automotores particulares,
dando preferência ao transporte coletivo e às bicicletas, diminuindo o
congestionamento e a poluição do ar;
19) Na limpeza doméstica, procurar produtos
biodegradáveis, que não poluem os corpos d'água;
20) Buscar uma espiritualidade desinteressada e
desprovida de preconceitos em relação às diferentes religiões;
21) Respeitar os que pensam diferente, mantendo um
debate de alto nível e construtivo, não buscando desqualificar ou destruir os
seus oponentes, como acontece hoje nas redes sociais;
22) Respeitar as crianças e os adolescentes, que
precisam se conduzidos por uma educação que estimule a criatividade e a
liberdade e não por uma educação repressora do tipo "militar";
23) Defender o direito a todos à educação e à saúde e
estimular instituições e governos que trabalhem neste sentido (educação e saúde
são muito mais direitos que negócios);
24) Rejeitar toda forma de violência, desde a doméstica,
passando pela policial, até a guerra, estimulando os movimentos pacifistas e os
governos que atuam neste sentido;
25) Estimular e/ou praticar a boa arte, aquela que
introduz valores (paz, beleza, igualdade, liberdade, fraternidade etc.) humanos
e aquelas que denunciam as desumanidades;
26) Buscar o contato com a natureza e a prática de
esportes saudáveis sempre e estimular isto na sua família;
27) Combater a violência em relação aos animais, como
touradas, rodeios, brigas de galo etc.;
28) Festejar e celebrar mais e reunir mais os amigos;
29) Cultivar jardins e hortas nas suas residências, até
em apartamentos (é possível), como exercício de contato com a natureza para os
que moram nas cidades, principalmente;
30) Buscar fazer a sua própria comida, sempre que
possível, evitando industrializados excessivamente processados, dando
preferência aos produtos orgânicos;
31) Participar da vida comunitária para contribuir com a
solução das questões coletivas, como educação, saúde, lazer, segurança etc.;
32) Preocupar-se com os seres humanos que moram de
formas inadequadas (favelas, cortiços, na rua etc.) e apoiar instituições e
governos que buscam soluções para esse problema;
33) Preocupar-se com as crianças e os idosos
desamparados e apoiar instituições e governos que buscam ampará-los;
34) Compreender que as drogas são uma questão de saúde
pública e não de polícia e apoiar instituições e governos que buscam enfrentar
esse problema;
35) Defender o reflorestamento amplo do planeta,
inclusive plantando árvores, pois ele abrandará a crise hídrica, ajudará a
diminuir os efeitos do aquecimento global e possibilitará a sobrevivência das
outras espécies animais que conosco dividem o planeta Terra;
36) Viajar mais para conhecer pessoas e povos
diferentes, de diferentes culturas, para alargar seus horizontes pessoais e
culturais;
37) Aceitar que a humanidade é multicultural e
multirracial e que a beleza é caleidoscópica no seu sentido mais amplo.
Para tentar
concluir: definitivamente, a beleza
é caleidoscópica, pois ela se encontra em permanente movimento, em permanente
transformação, como as pedrinhas brilhantes dentro do caleidoscópio (nele as
possibilidades são infinitas) que formam, a cada movimento, imagens novas, que
nunca se repetem e que não podem ser previamente pensadas; não há como bater-se
contra isso, como desejam os conservadores, não há como barrar o movimento do
universo; refinando: o ser humano é caleidoscópico, pois se encontra em
permanente transformação e as possibilidades são infinitas, como as das
pedrinhas coloridas no caleidoscópio.
A IDEIA É A SEGUINTE: AS
MUDANÇAS SÃO NECESSÁRIAS; HÁ QUE SE COMEÇAR DE ALGUM LUGAR; INICIAR UMA
RECONEXÃO COM A NATUREZA ATRAVÉS DA HORTA DOMÉSTICA É UM BOM INÍCIO, POR
EXEMPLO; É SÓ COMEÇAR...
Explicando o bom caminho
do desenvolvimento sustentável
Modelo da sustentabilidade
Social: social
Bearable: suportável
Equitable: equitativo
Environment: meio ambiente
Economic: econômico
Sustainable: sustentável
Viable: viável
Primeira
afirmação: a atividade econômica real ocorre na natureza, a partir da natureza,
naquilo que se convencionou chamar de meio ambiente, de onde se presume, de
imediato, que a mera especulação financeira, por conta da sua clara autofagia e
afastamento da economia real, está fora do modelo da sustentabilidade.
Segunda
afirmação: o crescimento econômico por si só, envolvendo a atividade econômica
e o meio ambiente (matérias primas, recursos energéticos etc.) não se justifica
sem uma âncora social, uma função social abrangente.
Terceira
afirmação: a sustentabilidade do ponto de vista ambiental implica em não ir
além do ecologicamente suportável, o que significa não esgotamento dos recursos
naturais e não produção de externalidades negativas com é o caso da poluição
(águas, ar e solo) e da eliminação das áreas verdes; a capacidade de suporte
varia de acordo com os diferentes meios naturais, existem ambientes mais
frágeis e menos frágeis.
Quarta
afirmação: o objetivo social do desenvolvimento deve ser a inclusão social, o
que implica na busca incessante pela igualdade social; o crescimento econômico
que não mira a igualdade e que concentra riquezas não pode se encaixar no
modelo da sustentabilidade.
Quinta
afirmação: os projetos e empreendimentos econômicos necessitam da sua
viabilidade econômica para que evoluam no tempo e no espaço, caminhando no
sentido da produção da riqueza, tanto material como cultural, para a geração de
efeitos sociais benéficos a todos.
Sexta
afirmação: para que o modelo da sustentabilidade se realize, economia,
bem-estar social e preservação ambiental devem sempre ser inseparáveis.
Sétima
afirmação: para que a sexta afirmação se confirme e a sustentabilidade se
materialize, em todos os planos e projetos devem ser consideradas a capacidade
de suporte (Bearable) de cada bioma, a viabilidade econômica (Viable),
destacando a de longo prazo, e a satisfação social (Social) amplamente
produzida e distribuída.
Considerações
sintéticas
Do ponto de
vista econômico, as sete afirmações acima chamam para a necessidade do
planejamento, pelo motivo que segue: não é possível pensar a preservação do
equilíbrio ambiental, o bem-estar social e a viabilidade econômica durável no
curto prazo. O mercado enquanto alocador de recursos (capital e trabalho) atua
no curto prazo, onde tem a sua eficiência, pois visa o retorno imediato dos
investimentos individuais realizados e a imediata satisfação dos desejos dos
consumidores. O Estado, por sua vez, tem que ir além dos retornos individuais
e, assim, mirar os retornos coletivos de longo prazo, que são da sua verdadeira
alçada. Então, pensar realmente a sustentabilidade do desenvolvimento econômico
significa (implica em) recolocar a necessidade do PLANEJAMENTO. Só que
doravante planejar tornou-se uma questão um pouco mais complexa, pois foi
introduzida a variável ambiental. É preciso produzir riqueza (Economic), reparti-la
(Social) e, ao mesmo tempo, garantir que a natureza (Environment) com um todo
continue reproduzindo a vida no longuíssimo prazo com a qualidade adequada. Os
resultados do planejamento só serão sustentáveis (Sustainable) se ele for
conduzido conforme o Modelo da Sustentabilidade aqui esmiuçado.
FUI CLARO?