quinta-feira, 26 de setembro de 2019

AS ALEGRIAS

Zildo Gallo


Por onde andam as alegrias?
Encolhidas em meio aos escombros?
Assustadas?
Fugindo dos seres noturnos?

Zumbis sonâmbulos espreitam
Em toda esquina penumbrosa...
Trolls, orcs e ogros também...

Onde andam as alegrias?
Em quais corações elas se recolheram?

Quem sabe se abrindo largos sorrisos
E liberando contagiantes gargalhadas,
Ainda que a fórceps arrancados,
Elas apareçam,
Aos poucos,
Devagar,
E abram,
Cuidadosamente,
Ainda que tomadas pela desconfiança,
As portas fechadas nos becos medonhos
E preencham os espaços esvaziados,
Paulatinamente,
Com as luzes dos sóis interiores.

TEMPO E ROUPA SUJA